Fonoaudiologia estética: tudo o que você precisa saber
10 de novembro de 2010

Na entrevista a seguir, as fonoaudiólogas Yasmin Frazão e Silvia Manzi esclarecem as principais dúvidas sobre a fonoaudiologia estética: a nova forma natural e não invasiva de atenuar as rugas.

1. Há quanto tempo existe a fonaudiologia estética e em que países ela é mais praticada.

Yasmin e Silvia: No Brasil existe há 12 anos. Desconhecemos se existe esse mesmo trabalho em outros países. Aqui no Brasil, algumas fisioterapeutas cuidam da estética, mas o enfoque é diferente do praticado na fonoaudiologia. O foco da terapia fonoaudiológica está na reorganização funcional dos músculos da face, trabalhando principalmente as funções orais (fala, deglutição, respiração), enquanto que o da fisioterapia é voltado para o fortalecimento dessa musculatura, sem a preocupação específica com as funções orofaciais.

2. Pode-se dizer que é a fonoaudiologia estética é uma nova forma de tratamento contra as rugas?

Yasmin e Silvia: Pode-se dizer que é uma nova forma de atenuar as rugas. O trabalho na fonoaudiologia estética facial não visa erradicar sinais do envelhecimento, mas atenuá-los e evitar que novos sinais se formem.

3. Como é o tratamento de fonoaudiologia estética?

Yasmin e Silvia: A duração do tratamento é de cerca de 12 sessões de 60 minutos cada. Nessas sessões, o cliente aprende a fazer exercícios, massagens, mudanças de hábitos de fala, mastigação, deglutição e respiração. Os exercícios e massagens são integrados à rotina diária do cliente (por exemplo, fazer massagens ao passar os cremes pela manhã e à noite; mastigar um determinado alimento, da forma correta já trabalhada, durante uma das refeições do seu dia) e devem ser feitos diariamente. Alguns desses exercícios serão abolidos quando o cliente aprender o novo padrão de fala e da mímica facial. Outros – como as massagens faciais – deverão ser feitos sempre.

4. Que tipo de exercícios são feitos?

Yasmin e Silvia: alongamentos e tonificação da musculatura facial; exercícios para o controle do padrão de mastigação, deglutição e fala e massagens para tonificar a pele.

5. Qual a diferença entre fonaudiologia estética facial e ginástica facial.

Yasmin e Silvia: A Fonoaudiologia estética não é ginástica facial. A proposta terapêutica é para que haja mudança nos padrões funcionais de movimentação da musculatura da mímica facial e da que participa das funções de mastigação, deglutição e fala. Acreditamos que os exercícios comumente chamados de ginástica facial – repetição de um mesmo movimento com determinados grupos musculares da face – têm efeito limitado para atenuar os sinais de envelhecimento, tendo-se em vista que podem apenas aumentar a contração dos músculos exercitados, porém não reorganizam a movimentação funcional dos grupos musculares da face. Estes grupos musculares devem atuar de forma integrada, ou seja, enquanto alguns músculos se contraem em determinadas funções e expressões, outros deverão permanecer relaxados ou apenas manter o tônus, sem contração. Procuramos, assim, o reequilíbrio e a reorganização do dinamismo muscular.

6. Quais os resultados do tratamento?

Atenuação das rugas nas regiões da testa, canto dos olhos, sulco nasogeniano (bigode chinês); melhora no contorno da face; diminuição do “papo”; pele mais viçosa. Em alguns casos, a mudança é bem evidente, em outros, ela é suave, porém sempre se revela na face um rejuvenescimento.

7. A partir de quanto tempo é possível perceber os primeiros resultados?

Aproximadamente, a partir da oitava semana de atendimento.

8. Qual a diferença entre a fonoaudiologia estética e a cirurgia plástica?

As duas áreas são complementares, porém a principal diferença é que a abordagem fonoaudiológica é um procedimento natural, não invasivo. Na cirurgia plástica há o reposicionamento de estruturas, músculos, pele. Na fonoaudiologia estética, reorganizamos a dinâmica muscular, o que se reflete na pele.

9. Qual a idade ideal para se iniciar o tratamento?

O tratamento também é preventivo. Sendo assimdeve ser iniciado tão logo se observe uso inadequado, exagerado na mímica facial e funções orofaciais. Na nossa experiência clínica, já atendemos jovens de 25 anos que apresentavam alterações nessas funções, com a formação de rugas precoces.

 

Jornalista responsável: Sandra Nedopetalski
snedo@terra.com.br